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Radiologia 6 min de leitura

Raio X com consciência: tecnologia e protocolos para menos dose

Raio X com consciência: tecnologia e protocolos para menos dose
Editora Sia

Radiografias intraorais, panorâmicas e CBCT são decisivas para o plano de tratamento — mas cada exposição deve ser necessária, bem indicada e tecnicamente otimizada. A boa notícia é que tecnologia e protocolos simples permitem reduzir a dose sem perder qualidade diagnóstica, elevando segurança e eficiência na rotina.

Princípios que guiam a radioproteção

Traga a cultura de “tanta radiação quanto justificável, tão baixa quanto possível e com qualidade adequada ao diagnóstico”. Em outras palavras: primeiro a indicação, depois a técnica correta e, por fim, a imagem útil no menor custo biológico possível.

O que realmente reduz dose nas intraorais

  • Colimação retangular: reduz área irradiada e dispersão, com impacto direto na dose de pele. Combine com posicionadores adequados para minimizar cortes e repetições.
  • Sensores digitais sensíveis (CMOS/PSP) e calibração: cada receptor tem resposta diferente. Ajuste tempos de exposição por boca (infantil, adulto) e por dente/região. Padronize no equipamento e documente no protocolo da clínica.
  • Parâmetros sob medida: utilize kVp e tempo que entreguem contraste e nitidez compatíveis com a tarefa diagnóstica (cárie proximal, endodontia, periodonto). Evite “receitas únicas” em todas as tomadas.
  • Cone longo e técnica do paralelismo: distância foco-pele maior e posicionadores estáveis reduzem ampliação e repetição por distorção.
  • Proteção individual: protetor de tireoide nas intraorais, sempre que possível, e uso criterioso de avental conforme normativas locais. Para CBCT, priorize campo de visão reduzido e parâmetros otimizados; aventais podem gerar artefatos — siga recomendações do fabricante e da regulação.

CBCT com propósito: tanto quanto necessário, nada além

Tomografia é ferramenta valiosa, mas deve ser indicada quando agrega informação que altere conduta. Ao utilizar CBCT:

  • Escolha o menor campo de visão (FOV) compatível com a pergunta clínica. Evite varreduras extensas para problemas localizados.
  • Voxels e mAs inteligentes: voxels muito pequenos elevam dose e nem sempre trazem ganho clínico. Ajuste mAs/kV ao biotipo e à tarefa (endodontia complexa, avaliação de terceiros molares, planejamento de implantes).
  • Positioning assist: use lasers de alinhamento, scout views e apoios cefalométricos para evitar re-exposições por posicionamento incorreto.
  • Protocolos pediátricos: parâmetros específicos e FOV reduzido para crianças, com checagem dupla da indicação.

Qualidade de imagem inteligente: menos ruído, menos repetição

Boa imagem não é sinônimo de “mais dose”. É a combinação de captura competente e processamento adequado.

  • Processamento avançado: filtros de redução de ruído, realce de bordas e equalização local ajudam a extrair detalhes sem elevar exposição. Ajuste predefinições por tipo de exame.
  • Biblioteca de protocolos por sensor, por região e por faixa etária, com nomes claros e bloqueio de alterações não autorizadas.
  • Verificação antes do disparo: confira posicionamento, estabilidade do paciente e mordida com checklist rápido. Trinta segundos bem investidos evitam minutos e dose em dobro.

Governança de dose: medir para melhorar

Gerenciar o que se mede é mais fácil. Estabeleça indicadores simples e auditáveis.

  • Registro sistemático: anote parâmetros usados, número de tentativas e motivo de repetição. Em CBCT, capture DAP/CTDI exibidos pelo equipamento, quando disponíveis.
  • Referências diagnósticas (DRL) internas: defina faixas esperadas para cada protocolo e monitore desvios. Ajustes de hábito e manutenção costumam corrigir a maioria dos exageros.
  • Acompanhamento mensal: reúna equipe por 15 minutos para revisar taxa de repetição e casos de dose acima do esperado. Transforme aprendizado em ação.

Manutenção e controle de qualidade

Equipamento fora de ponto aumenta dose e frustra diagnósticos. Implante uma rotina objetiva:

  • Testes de constância periódicos (densidade, uniformidade, artefatos) com phantom simples.
  • Checagem de cabos, colimação e suportes para garantir estabilidade e centragem.
  • Atualização de software e firmwares conforme o fabricante, mantendo correções de segurança e melhorias de processamento.

Comunicação com o paciente: transparência que gera confiança

Explique por que o exame é necessário, que medidas de proteção são adotadas e como a tecnologia ajuda a reduzir exposição. Um paciente bem informado colabora no posicionamento e evita movimentos que levam a repetições.

Checklist rápido para a equipe

  1. Indicação clara e justificável para cada exame.
  2. Protocolo correto escolhido (idade, região, tarefa diagnóstica).
  3. Colimação verificada e posicionadores ajustados.
  4. Paciente estável, instruído e com proteção adequada.
  5. Revisão de imagem e registro de parâmetros no prontuário.

Com esses passos, sua clínica reduz dose, diminui repetição, acelera o fluxo e mantém a qualidade diagnóstica que sustenta decisões seguras.

Fechando o ciclo com um software que trabalha por você

Radioproteção eficaz depende de padronização, histórico confiável e comunicação fluida. É aqui que um software odontológico faz diferença no dia a dia. O Siodonto centraliza protocolos por faixa etária e tipo de exame, registra parâmetros de exposição e ajuda a rastrear repetições para ações corretivas. Além disso, conta com um chatbot que orienta pacientes antes do exame (jeito certo de posicionar, uso de acessórios) e um funil de vendas que organiza indicações, retornos e acompanhamentos — tudo para reduzir faltas, agilizar atendimentos e aumentar conversões com eficiência.

Em outras palavras: você aplica as melhores práticas de radioproteção e o Siodonto garante que elas aconteçam de forma consistente, com dados à mão, equipe alinhada e pacientes bem informados. Tecnologia clínica e gestão inteligente, na mesma direção.

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