Raio X com consciência: tecnologia e protocolos para menos dose
Radiografias intraorais, panorâmicas e CBCT são decisivas para o plano de tratamento — mas cada exposição deve ser necessária, bem indicada e tecnicamente otimizada. A boa notícia é que tecnologia e protocolos simples permitem reduzir a dose sem perder qualidade diagnóstica, elevando segurança e eficiência na rotina.
Princípios que guiam a radioproteção
Traga a cultura de “tanta radiação quanto justificável, tão baixa quanto possível e com qualidade adequada ao diagnóstico”. Em outras palavras: primeiro a indicação, depois a técnica correta e, por fim, a imagem útil no menor custo biológico possível.
O que realmente reduz dose nas intraorais
- Colimação retangular: reduz área irradiada e dispersão, com impacto direto na dose de pele. Combine com posicionadores adequados para minimizar cortes e repetições.
- Sensores digitais sensíveis (CMOS/PSP) e calibração: cada receptor tem resposta diferente. Ajuste tempos de exposição por boca (infantil, adulto) e por dente/região. Padronize no equipamento e documente no protocolo da clínica.
- Parâmetros sob medida: utilize kVp e tempo que entreguem contraste e nitidez compatíveis com a tarefa diagnóstica (cárie proximal, endodontia, periodonto). Evite “receitas únicas” em todas as tomadas.
- Cone longo e técnica do paralelismo: distância foco-pele maior e posicionadores estáveis reduzem ampliação e repetição por distorção.
- Proteção individual: protetor de tireoide nas intraorais, sempre que possível, e uso criterioso de avental conforme normativas locais. Para CBCT, priorize campo de visão reduzido e parâmetros otimizados; aventais podem gerar artefatos — siga recomendações do fabricante e da regulação.
CBCT com propósito: tanto quanto necessário, nada além
Tomografia é ferramenta valiosa, mas deve ser indicada quando agrega informação que altere conduta. Ao utilizar CBCT:
- Escolha o menor campo de visão (FOV) compatível com a pergunta clínica. Evite varreduras extensas para problemas localizados.
- Voxels e mAs inteligentes: voxels muito pequenos elevam dose e nem sempre trazem ganho clínico. Ajuste mAs/kV ao biotipo e à tarefa (endodontia complexa, avaliação de terceiros molares, planejamento de implantes).
- Positioning assist: use lasers de alinhamento, scout views e apoios cefalométricos para evitar re-exposições por posicionamento incorreto.
- Protocolos pediátricos: parâmetros específicos e FOV reduzido para crianças, com checagem dupla da indicação.
Qualidade de imagem inteligente: menos ruído, menos repetição
Boa imagem não é sinônimo de “mais dose”. É a combinação de captura competente e processamento adequado.
- Processamento avançado: filtros de redução de ruído, realce de bordas e equalização local ajudam a extrair detalhes sem elevar exposição. Ajuste predefinições por tipo de exame.
- Biblioteca de protocolos por sensor, por região e por faixa etária, com nomes claros e bloqueio de alterações não autorizadas.
- Verificação antes do disparo: confira posicionamento, estabilidade do paciente e mordida com checklist rápido. Trinta segundos bem investidos evitam minutos e dose em dobro.
Governança de dose: medir para melhorar
Gerenciar o que se mede é mais fácil. Estabeleça indicadores simples e auditáveis.
- Registro sistemático: anote parâmetros usados, número de tentativas e motivo de repetição. Em CBCT, capture DAP/CTDI exibidos pelo equipamento, quando disponíveis.
- Referências diagnósticas (DRL) internas: defina faixas esperadas para cada protocolo e monitore desvios. Ajustes de hábito e manutenção costumam corrigir a maioria dos exageros.
- Acompanhamento mensal: reúna equipe por 15 minutos para revisar taxa de repetição e casos de dose acima do esperado. Transforme aprendizado em ação.
Manutenção e controle de qualidade
Equipamento fora de ponto aumenta dose e frustra diagnósticos. Implante uma rotina objetiva:
- Testes de constância periódicos (densidade, uniformidade, artefatos) com phantom simples.
- Checagem de cabos, colimação e suportes para garantir estabilidade e centragem.
- Atualização de software e firmwares conforme o fabricante, mantendo correções de segurança e melhorias de processamento.
Comunicação com o paciente: transparência que gera confiança
Explique por que o exame é necessário, que medidas de proteção são adotadas e como a tecnologia ajuda a reduzir exposição. Um paciente bem informado colabora no posicionamento e evita movimentos que levam a repetições.
Checklist rápido para a equipe
- Indicação clara e justificável para cada exame.
- Protocolo correto escolhido (idade, região, tarefa diagnóstica).
- Colimação verificada e posicionadores ajustados.
- Paciente estável, instruído e com proteção adequada.
- Revisão de imagem e registro de parâmetros no prontuário.
Com esses passos, sua clínica reduz dose, diminui repetição, acelera o fluxo e mantém a qualidade diagnóstica que sustenta decisões seguras.
Fechando o ciclo com um software que trabalha por você
Radioproteção eficaz depende de padronização, histórico confiável e comunicação fluida. É aqui que um software odontológico faz diferença no dia a dia. O Siodonto centraliza protocolos por faixa etária e tipo de exame, registra parâmetros de exposição e ajuda a rastrear repetições para ações corretivas. Além disso, conta com um chatbot que orienta pacientes antes do exame (jeito certo de posicionar, uso de acessórios) e um funil de vendas que organiza indicações, retornos e acompanhamentos — tudo para reduzir faltas, agilizar atendimentos e aumentar conversões com eficiência.
Em outras palavras: você aplica as melhores práticas de radioproteção e o Siodonto garante que elas aconteçam de forma consistente, com dados à mão, equipe alinhada e pacientes bem informados. Tecnologia clínica e gestão inteligente, na mesma direção.