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Pacientes em uso de GLP-1: protocolos digitais para atender com segurança

Pacientes em uso de GLP-1: protocolos digitais para atender com segurança
Editora Sia

Semaglutida, liraglutida e tirzepatida deixaram de ser novidade. O uso de agonistas de GLP-1 (e análogos) cresceu com a indicação para diabetes e controle de peso. Na odontologia, isso muda a rotina: náusea, refluxo e esvaziamento gástrico lento impactam desde a escolha do horário da consulta até o tipo de isolamento no campo operatório. A boa notícia é que a tecnologia ajuda a transformar essas variáveis em um protocolo simples, seguro e repetível.

O que os GLP-1 mudam na sua cadeira

Os agonistas de GLP-1 atuam retardando o esvaziamento gástrico e modulando apetite. Efeitos comuns incluem náusea, vômitos, refluxo, constipação ou diarreia, além de alterações na salivação e no paladar em alguns pacientes. Na prática clínica odontológica, isso se traduz em três cuidados centrais:

  • Risco de regurgitação/broncoaspiração em pacientes com sintomas gastrointestinais recentes, especialmente em decúbito supino e em procedimentos longos.
  • Erosão dental associada a refluxo, exigindo diagnóstico precoce e registros para seguimento.
  • Conforto e adesão: náusea, hipersalivação ou boca seca podem tornar o atendimento mais difícil e reduzir a tolerância ao procedimento.

Para pacientes diabéticos que também usam insulina ou sulfonilureias, há risco de hipoglicemia, sobretudo com jejum prolongado. Em pacientes sem essas medicações, os agonistas de GLP-1 raramente causam hipoglicemia isoladamente. Alinhar jejum e tempo de consulta é essencial.

Fluxo clínico assistido por tecnologia: do agendamento ao pós

Organizar o processo em etapas é o caminho mais seguro. A tecnologia entra como apoio para padronizar, lembrar e documentar.

1) Pré-consulta estruturada

  • Coleta dirigida de medicações: nome, dose, dia/horário da última aplicação e sintomas GI nos últimos 7 dias. Use formulários digitais com perguntas condicionais para acelerar sem perder detalhes.
  • Sinais de alerta: episódios de vômito, náusea importante, dor abdominal, refluxo acentuado ou jejum inadequado. Sistemas com alertas ajudam a reagendar ou ajustar o plano.
  • Planejamento do horário: priorize manhã e sessões mais curtas, reduzindo tempo em supino e exposição a gatilhos de náusea.

2) Dia do procedimento: segurança passo a passo

  • Posicionamento: prefira posição semi-Fowler sempre que possível. Ajustes de inclinação podem ser definidos previamente no plano do atendimento, evitando improviso.
  • Isolamento e aspiração: diga de borracha e aspiração eficiente reduzem deglutição de fluidos e desconforto. Em procedimentos sem diga, combine sucção de alto volume e pausas programadas.
  • Tempo e sequência: comece com etapas menos provedoras de náusea (anestesia, ajustes) e deixe fases potencialmente gatilho (irrigação mais intensa) para quando o paciente estiver adaptado.
  • Monitorização básica: aferição de pressão e glicemia capilar quando indicado (pacientes diabéticos em regime combinado). Registre valores automaticamente no prontuário digital.

3) Registros que viram cuidado

  • Fotografia intraoral para erosões, lesões cervicais e padrões de desgaste. A comparação longitudinal orienta tratamento e prevenção.
  • Notas estruturadas: sintomas, posicionamento preferido, gatilhos observados e estratégias que funcionaram. Isso padroniza o retorno e reduz o tempo da próxima sessão.
  • Orientações digitais: envie instruções pós-operatórias e sinais de alerta por canal oficial, com confirmação de leitura.

Escolhas clínicas que fazem diferença

  • Controle da umidade: além da diga, utilize dispositivos de isolamento relativo quando necessário. Menos estímulo ao reflexo nauseoso melhora a experiência.
  • Agentes dessensibilizantes e manejo de erosão: documente o escore de erosão e indique protocolos de remineralização com revisões programadas.
  • Analgesia e anti-inflamatórios: preferir esquemas simples, evitando medicamentos que agravem refluxo quando possível. Se necessário, coordene com o médico assistente.
  • Sedação: em casos selecionados, a sedação consciente requer avaliação cuidadosa do risco de regurgitação. Siga diretrizes de jejum e considere posição e aspiração reforçada. Quando houver dúvida, adie ou encaminhe.

Como a tecnologia simplifica tudo isso

  • Protocolos inteligentes: checklists contextuais incorporados ao prontuário reduzem esquecimentos e deixam a equipe alinhada. A cada resposta, o sistema adapta as próximas etapas.
  • Templates de evolução: campos pré-estruturados para sintomas GI, posicionamento e tolerância ao procedimento encurtam o tempo de digitação e padronizam dados para auditoria clínica.
  • Biblioteca visual: álbuns comparativos de erosão e desgaste ajudam a explicar o plano e engajar o paciente com metas claras.
  • Lembretes automáticos: confirmações de consulta com orientações de jejum, além de mensagens de check-in pós-procedimento para detecção precoce de intercorrências.

Três cenários comuns e o que fazer

  • Restauração em paciente com náusea leve: sessão curta pela manhã, posição semi-Fowler, diga de borracha, sucção vigorosa e pausas curtas programadas. Registre gatilhos e ajuste o tempo do retorno.
  • Profilaxia com reflexo exacerbado: use bicos de sucção adequados, pontas ultrassônicas com irrigação controlada e comunicação contínua por sinais manuais. Divida a sessão, se necessário.
  • Paciente diabético em GLP-1 e insulina: combine confirmação de jejum seguro, glicemia capilar pré-atendimento e procedimentos breves. Mantenha glicose de resgate disponível e documente valores no prontuário.

Checklist final de segurança

  • Sintomas GI recentes triados e registrados
  • Horário da última dose do GLP-1 anotado
  • Jejum adequado quando indicado
  • Plano de posicionamento definido
  • Isolamento/aspiração previstos e conferidos
  • Registros fotográficos para seguimento
  • Orientações digitais enviadas e confirmadas

Pacientes em uso de GLP-1 não precisam de um consultório diferente, e sim de uma abordagem informada. Com protocolos digitais, você reduz variabilidade, documenta melhor e entrega um atendimento mais seguro e confortável.

Por que usar o Siodonto para transformar esse protocolo em rotina

Para que esse cuidado não dependa de memória, vale contar com um software que pense junto com a equipe. O Siodonto permite criar checklists acionados por respostas, modelos de evolução com campos clínicos específicos (sintomas GI, posição preferida, registro de erosão) e mensagens automáticas pré e pós-consulta. O atendimento começa antes do paciente sentar na cadeira: o chatbot tira dúvidas de preparo e o funil de vendas organiza retornos e acompanhamentos, mantendo o fluxo cheio e sem furos. Resultado? Menos imprevistos, mais previsibilidade e uma experiência que gera confiança e conversões. Experimente transformar protocolo em prática diária com o Siodonto.

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