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Paciente anticoagulado no consultório: tecnologia que reduz riscos

Paciente anticoagulado no consultório: tecnologia que reduz riscos
Editora Sia

O número de pacientes em uso de anticoagulantes e antiagregantes cresce a cada ano. Para a odontologia, isso significa planejar procedimentos com atenção aos riscos hemorrágicos, sem expor o paciente a eventos tromboembólicos por suspensões indevidas. A boa notícia: tecnologia aplicada à prática clínica torna esse cenário muito mais previsível.

Da anamnese digital ao teste à beira da cadeira, somada à comunicação eficiente com a equipe médica, a tecnologia ajuda a responder três perguntas-chave: posso realizar o procedimento hoje? Preciso ajustar algo? Como garanto hemostasia e acompanhamento adequados?

Quem são os pacientes e por que a tecnologia importa

Entre anticoagulantes, destacam-se varfarina (monitorada por INR) e os anticoagulantes orais diretos (DOACs), como rivaroxabana, apixabana, dabigatrana e edoxabana. Já entre os antiagregantes, AAS e clopidogrel são frequentes, isolados ou em dupla terapia. Em muitos procedimentos odontológicos de baixo a moderado risco de sangramento, a manutenção da terapia é recomendada, desde que o controle local seja rigoroso.

O desafio está em transformar diretrizes em decisões práticas, caso a caso. É aqui que ferramentas digitais e exames point-of-care elevam a segurança.

Estratificação de risco com suporte digital

  • Inventário medicamentoso inteligente: prontuários eletrônicos com checagem automática de interações apontam alertas críticos. Exemplos: metronidazol e claritromicina podem elevar o INR em usuários de varfarina; AINEs aumentam risco de sangramento com DOACs e antiagregantes. Esse “sinal amarelo” embasa ajustes de prescrição e comunicação com o médico.
  • Algoritmos clínicos integrados: fluxos baseados em evidência combinam tipo de procedimento, risco de sangramento e risco trombótico. O objetivo não é substituir o médico, mas padronizar condutas e documentar a decisão clínica.
  • Teste point-of-care para varfarina (INR): coagulômetros portáteis fornecem INR capilar em minutos, com controle de qualidade e registro automático no prontuário. Em procedimentos de baixo risco, muitos pacientes podem ser tratados com INR dentro da faixa terapêutica (em geral até 3,0–3,5), reforçando hemostasia local. Sempre confirme políticas do serviço e valide o equipamento.
  • DOACs e avaliação funcional: DOACs não são monitorados por INR. Em consultórios, o mais prático é timing da dose (realizar o procedimento no período de menor efeito, como 12–24 horas após a última dose, quando apropriado) e considerar função renal, tipo de DOAC e risco do procedimento. Ensaios anti-Xa específicos existem, mas ainda não fazem parte da rotina odontológica.
  • Comunicação segura com o médico: relatórios padronizados enviados de forma criptografada agilizam decisões sobre manter, ajustar horário ou, raramente, suspender doses. Documente sempre quem orientou o plano e as justificativas.

Procedimento com previsibilidade: do agendamento ao pós-operatório

  • Agendamento estratégico: prefira manhãs e uma janela que permita observação após o procedimento. Em usuários de DOACs, agendar no vale da concentração pode reduzir sangramentos, sem suspensão por conta própria.
  • Hemostasia local robusta: suturas, compressão, membranas de colágeno/gelatina, agentes hemostáticos tópicos e mouthwash com ácido tranexâmico (quando indicado) são pilares. Soft lasers e eletrocautério podem auxiliar em tecidos moles, conforme protocolos e treinamento.
  • Anestesia e prescrição responsáveis: evite AINEs como primeira escolha em anticoagulados; analgésicos como paracetamol e dipirona (conforme diretrizes e perfil do paciente) são opções frequentes. Antibióticos que interagem com varfarina exigem coordenação e, muitas vezes, INR adicional.
  • Guias que minimizam trauma: planejamento digital, guias cirúrgicos e instrumentação adequada reduzem tempo, manipulação e sangramento.
  • Checklists digitais: listas pré e pós-procedimento específicas para anticoagulados padronizam a equipe, desde conferência do último INR até orientações domiciliares.

Acompanhamento conectado: menos intercorrências, mais tranquilidade

  • Teleorientação estruturada: vídeos e infográficos enviados antes e após o procedimento melhoram adesão às condutas (compressão, higiene, alimentação fria/macia, evitar bochechos vigorosos nas primeiras 24 horas).
  • Monitoramento ativo pelo paciente: formulários diários simples (dor, sangramento, número de trocas de gaze) disparam alertas para a equipe em caso de sinais de alarme.
  • Registro fotográfico seguro: quando apropriado, o envio de imagens pelo aplicativo acelera o reconhecimento de sangramentos persistentes e a decisão sobre reavaliação presencial.

Dois cenários práticos, passo a passo

  1. Exodontia simples em usuário de varfarina: anamnese digital identifica uso de varfarina, comorbidades e interações potenciais. INR point-of-care no dia do procedimento mostra 2,6. Procede-se com anestesia, técnica atraumática, sutura e compressão, além de agente hemostático local. Orienta-se mouthwash com ácido tranexâmico conforme protocolo e acompanhamento remoto por 48–72 horas. Terapia anticoagulante é mantida, com documentação e comunicação ao médico.
  2. Raspagem supragengival em usuário de DOAC: o sistema sugere agendar em horário de menor efeito da medicação, sem suspensão. Aplica-se hemostasia local leve e orientações claras. Monitoramento digital confirma ausência de sangramento significativo.

Boas práticas e limites

  • Nunca suspenda anticoagulação por conta própria: a decisão é médica e depende do risco trombótico.
  • Documente tudo: indicação do procedimento, avaliação de risco, valores de INR, contatos com o médico, consentimento informado e orientações dadas.
  • Treine a equipe: uso correto de coagulômetros, protocolos de hemostasia e comunicação clara com o paciente reduzem imprevistos.

Conclusão: tecnologia que apoia decisões seguras

Com prontuários inteligentes, testes point-of-care, protocolos digitais e acompanhamento remoto, o atendimento ao paciente anticoagulado deixa de ser uma fonte de incerteza. A tecnologia organiza dados, padroniza condutas e encurta o caminho entre a avaliação e a decisão clínica segura — sem perder de vista a individualidade do paciente e a integração com o médico assistente.

Por que isso importa para sua clínica? Porque previsibilidade reduz retrabalho, melhora desfechos, fortalece a confiança do paciente e da rede de encaminhadores.

Para ir além, conte com o Siodonto. O Siodonto reúne em um único lugar anamnese inteligente com alertas de interações, protocolos clínicos para anticoagulados, registro de INR point-of-care, consentimento digital e comunicação segura com o médico. O paciente recebe orientações personalizadas e pode enviar sinais de evolução pelo aplicativo. E para a jornada completa, o Siodonto ainda oferece chatbot e funil de vendas: o primeiro acolhe e qualifica contatos 24/7; o segundo organiza etapas até a conversão, reduzindo ausências e acelerando o início do tratamento. É tecnologia prática, pensada para turbinar o cuidado e a eficiência da sua clínica.

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