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Registro automático de materiais na odontologia: visão computacional em ação

Registro automático de materiais na odontologia: visão computacional em ação
Editora Sia

Você já perdeu minutos preciosos procurando o lote de um cimento ou tentando lembrar qual adesivo foi usado em um caso? A documentação de materiais na odontologia costuma ser manual, sujeita a falhas e, quando necessária para auditorias, garantias ou eventuais recalls, pode virar um problema. A boa notícia é que a tecnologia já permite registrar tudo automaticamente, enquanto você mantém o foco no paciente.

Neste artigo, mostramos como a visão computacional e a leitura de códigos (QR e Datamatrix) dão conta de rastrear materiais, lotes e validade diretamente no prontuário — com menos cliques, mais segurança e dados que ajudam a tomar decisões clínicas e de gestão.

O que é o registro automático de materiais

Trata-se da captura, em tempo real, de informações de embalagem (marca, referência, lote, validade e número de série quando existir) por meio de câmera do smartphone, tablet ou uma webcam posicionada na bancada. A aplicação identifica o código, interpreta o conteúdo e preenche o prontuário do paciente com o material utilizado, vinculando-o ao procedimento, ao responsável e ao carimbo de tempo.

Na prática, você aponta a câmera para a embalagem antes de abrir o material. Em segundos, o sistema reconhece e adiciona o item ao caso — sem digitação, sem consulta a planilhas e sem interromper o ritmo clínico.

Como funciona na rotina clínica

  1. Preparação: confirme que as embalagens têm QR/Datamatrix legíveis. Muitos fabricantes já trazem esses códigos de fábrica. Para materiais sem código, use etiquetas internas com Datamatrix gerado pela clínica.
  2. Captação: no início do procedimento, passe cada embalagem pela câmera (smartphone, tablet ou webcam). O app lê o código, extrai lote e validade e sugere a classificação do material (adesivo, cimento, broca, componente de implante etc.).
  3. Confirmação: valide em um toque ou por comando de voz. O material entra no prontuário associado ao procedimento e ao dente/arcada, quando aplicável.
  4. Registro de uso: o sistema marca o status (aberto/consumido, unitário ou uso múltiplo) e, se configurado, desconta automaticamente do estoque.
  5. Relatório imediato: ao final, você tem um resumo dos materiais empregados, com lotes e validade, pronto para auditoria, garantia e comunicação com o paciente.

Por que isso importa para a clínica

  • Segurança do paciente: rapidez para localizar lotes em caso de recall do fabricante, controle de alergias e compatibilidade entre sistemas adesivos e cimentos.
  • Rastreabilidade sem atrito: cada item fica associado ao caso, ao profissional e à data, reduzindo disputas, dúvidas e retrabalho administrativo.
  • Custo por caso real: saiba quanto de material entrou em cada procedimento e precifique com mais precisão, sem estimativas “de cabeça”.
  • Auditoria e garantia: documentação robusta para convênios, seguradoras e fabricantes, com registro automático de número de série quando houver.
  • Eficiência de estoque: visão do consumo em tempo real, validade e curvas de reposição por especialidade ou profissional.
  • Tempo de cadeira preservado: menos digitação e menos interrupções mantêm a atenção na clínica, não no papel.

Componentes técnicos essenciais

  • Códigos legíveis: priorize embalagens com Datamatrix (melhor densidade e leitura rápida). Para itens fracionados, crie etiquetas internas com identificadores únicos.
  • Câmera adequada: smartphones atuais leem códigos com alta confiabilidade. Em bancadas, webcams em braço articulado ajudam no fluxo sem mãos.
  • Iluminação e posicionamento: luz difusa na bancada e contraste de fundo aumentam a taxa de sucesso na leitura.
  • Catálogo de materiais: base atualizada que relacione códigos a descrições clínicas, classes e centros de custo.
  • Integração com o prontuário: o ideal é que a leitura preencha direto o registro do procedimento, sem exportar/importar arquivos.

Dicas para não atrapalhar o fluxo

  • “Escaneie e guarde”: posicione uma pequena estação de captura no caminho natural do material, entre a gaveta e o campo operatório.
  • Valide por voz: comandos simples (“confirmar adesivo”, “adicionar cimento”) reduzem toques e mantêm a assepsia.
  • Pacotes de uso: crie kits digitais (ex.: “onlay cerâmico”) com materiais prováveis. O escaneamento ajusta o que foi exatamente utilizado.
  • Plano B offline: se faltar internet, permita leitura local e sincronização posterior. Nada de travar a cadeira.
  • Treino curto e prático: microvídeos e um checklist visual na bancada aceleram a adoção pela equipe.

Métricas que mostram valor

  • % de procedimentos com rastreabilidade completa: meta acima de 90% em 60 dias.
  • Tempo extra por caso: mantenha abaixo de 30–45 segundos para 3–4 materiais.
  • Diferença consumo planejado vs. real: identifique desvios por profissional ou tipo de caso.
  • Alertas de validade: reduza a quase zero o uso de material vencido.
  • Retrabalho administrativo: queda no número de ligações/e-mails para “descobrir qual material foi usado”.

Comece pequeno, escale rápido

Implemente primeiro onde o ganho é mais claro: procedimentos adesivos, cimentação de peças e colocação de componentes protéticos em implantodontia. Com o time confiante, expanda para endodontia (insumos descartáveis), periodontia (barreiras e curativos) e ortodontia (adesivos e acessórios).

Em poucas semanas, a equipe percebe que o registro automático evita esquecimentos, simplifica a cobrança de consumíveis e protege a clínica em qualquer auditoria. Além disso, entender o consumo por caso ajuda a lapidar protocolos, negociar com fornecedores e calibrar preços.

Um exemplo prático

Uma clínica de reabilitação estética decidiu testar o registro automático apenas em cimentações. Em 30 dias, o tempo de documentação por caso caiu de 6 para 1 minuto. O índice de fichas com lote e validade completos foi de 28% para 96%. Na primeira negociação trimestral, os relatórios mostraram o consumo real por marca e indicaram substituições sem impacto clínico, gerando economia de dois dígitos.

Conclusão

Registrar materiais e lotes automaticamente não é luxo: é eficiência clínica, segurança do paciente e previsibilidade financeira. A visão computacional faz o trabalho pesado e libera o seu time para o que ninguém mais pode fazer: atender com excelência.

Na hora de organizar esse fluxo digital, vale contar com um software odontológico que acompanhe seu ritmo. O Siodonto reúne prontuário inteligente e ferramentas que simplificam o dia a dia, além de recursos que aproximam a clínica do paciente. Ele oferece chatbot para acolher e responder rápido — do primeiro contato ao agendamento — e um funil de vendas que dá visibilidade às oportunidades e aumenta as conversões. É como ter um copiloto digital: você cuida da clínica; o Siodonto cuida do caminho.

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