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Prótese removível sem mistério: fluxo digital que entrega ajuste e conforto

Prótese removível sem mistério: fluxo digital que entrega ajuste e conforto
Editora Sia

Por muito tempo, a prótese parcial removível (PPR) foi associada a múltiplas consultas, ajustes demorados e resultados inconsistentes. O cenário mudou. A convergência entre escaneamento intraoral, softwares de desenho (CAD) e manufatura aditiva possibilita um fluxo clínico mais previsível, confortável para o paciente e eficiente para a equipe.

Como o digital muda a PPR

Na PPR tradicional, pequenas variações de moldagem e registro oclusal somam-se ao longo das etapas e culminam em falta de passividade, grampos desconfortáveis ou estabilidade insuficiente. O fluxo digital reduz essas variáveis ao:

  • Padronizar capturas com escaneamentos reproduzíveis e controle de espessura do filme salivar.
  • Planejar com visão ampliada: análise de inserção, planos-guia e retenções no CAD antes de fabricar.
  • Validar protótipos impressos rapidamente para prova, antes da liga metálica ou acrilização final.
  • Registrar e versionar arquivos digitais, facilitando ajustes, reembasamentos e reposições.

Passo a passo prático

  1. Escaneamento intraoral
    Utilize um scanner com modo para áreas edêntulas. Inicie por estruturas dentárias remanescentes (melhor referência) e avance para rebordos. Em regiões compressíveis, mantenha afastadores e peça de luz adequados para reduzir colapsos de tecido. Para capturar oclusão, realize escaneamento vestibular em máxima intercuspidação (MI). Se necessário, complemente com um bite-jig impresso.
  2. Registro funcional
    Pacientes com rebordo flácido se beneficiam de um registro funcional simplificado: um molde provisório impresso em resina pode ser levemente reembasado com material elástico e, em seguida, reescaneado. Assim, o volume capturado reflete o comportamento em função, melhorando a estabilidade.
  3. Desenho no CAD
    No software, defina linha de inserção, apoios, planos-guia, conector majoritário e grampos com parâmetros padronizados (espessuras mínimas, alívio e espelhamento). A análise de retentividade por cores ajuda a posicionar grampos estéticos e funcionais sem exceder a interferência planejada.
  4. Validação com protótipo
    Imprima o aramado em resina rígida para prova. Avalie inserção, passividade e retenção. Se tudo estiver correto, finalize em liga CoCr por sinterização a laser (SLM) ou fundição a partir de padrão impresso. Esse “ensaio” costuma eliminar ajustes extensos na entrega.
  5. Base e dentes
    Faça a prova de montagem com base impressa e dentes posicionados digitalmente. Ajustes estéticos e fonéticos são registrados e replicados com precisão. A acrilização final mantém o desenho aprovado.
  6. Entrega e manutenção
    Oriente higienização, inserção/remoção e rotina de uso. Em reembasamentos, o escaneamento de controle acelera a confecção de bases de reparo sob medida, com menos tempo de cadeira.

Precisão clínica: detalhes que fazem diferença

  • Controle de umidade: saliva cria artefatos no escaneamento, especialmente em rebordos. Use ejetor de saliva contínuo e gaze dobrada para manter a superfície estável.
  • Rebordo flácido: prefira registro funcional digitalizado. Capturar apenas em repouso tende a superestimar suporte.
  • Leituras oclusais: valide MI com papel articular mesmo com registro digital, especialmente em casos com guias caninas acentuadas.
  • Espessuras mínimas: conectores e grampos desenhados abaixo do recomendado são vulneráveis a fraturas. Padronize bibliotecas e travas de projeto no CAD.

Integração com o laboratório

Comunicação clara reduz refações. Envie STL/PLY com orientação de inserção, marcações de apoios, áreas de alívio e preferências de grampo. Um checklist simples evita ruídos:

  • Tipo de retenção e material preferido (CoCr, titânio, alternativa flexível quando indicado).
  • Acabamento superficial desejado e área de polimento.
  • Plano oclusal de referência e contatos a preservar.
  • Fotografias de sorriso e referência de cor para dentes acrílicos.

Ao padronizar a troca de arquivos e aprovações, a dupla clínica-laboratório ganha em previsibilidade e prazo.

Investimento que retorna

A adoção do fluxo digital na PPR tende a reduzir o número de consultas e a necessidade de ajustes invasivos, além de encurtar a curva de aprendizado da equipe. Para o paciente, a experiência fica mais leve: menos moldagens volumosas, prova objetiva de encaixe e entrega mais rápida. Na gestão, o ganho está no tempo clínico liberado e na diminuição de retrabalhos.

Checklist para começar

  • Scanner intraoral com bom desempenho em edêntulos parciais.
  • Software CAD específico para PPR, com análise de retenção e bibliotecas de grampos.
  • Impressora 3D para protótipos e bases de prova; parceria para SLM ou fundição.
  • Protocolo de comunicação com laboratório e armazenamento organizado de versões.
  • Treinamento da equipe em isolamento, captação e validação clínica.

Conclusão

Fluxos totalmente digitais deixam a PPR mais objetiva, confortável e previsível. O ganho clínico aparece no primeiro caso: visualização do desenho antes da fabricação, provas rápidas e entrega com menos surpresas. Para o paciente, o discurso é simples — mais precisão e conforto, em menos tempo.

Para sustentar esse padrão, vale contar com um software de gestão que organize cada etapa, integre exames, fotos e arquivos STL, registre aprovações e mantenha a comunicação fluida com o laboratório. O Siodonto foi pensado para isso: centraliza o cuidado, dá visibilidade ao andamento dos casos e ainda ajuda a clínica a crescer. Com um chatbot que qualifica contatos e um funil de vendas que acompanha cada oportunidade, o atendimento fica ágil do primeiro contato à entrega da prótese. Se sua meta é precisão clínica e previsibilidade administrativa no mesmo lugar, o Siodonto é o aliado que amarra o fluxo digital do consultório à satisfação do paciente — e ao resultado do negócio.

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