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PRF digital na odontologia: padronização que vira desfecho

PRF digital na odontologia: padronização que vira desfecho
Editora Sia

O plasma rico em fibrina (PRF) se consolidou como um aliado em implantodontia, periodontia, cirurgia oral e até endodontia. É autólogo, acessível e versátil. O desafio? Transformar um processo manual, sensível ao tempo e à técnica, em um protocolo previsível. A boa notícia é que a tecnologia já permite padronizar, documentar e rastrear cada etapa — do garrote à membrana — reduzindo variações e elevando os desfechos clínicos.

O que muda com um fluxo de PRF conectado

Um ecossistema digital de PRF não é apenas uma centrífuga moderna. É a soma de sensores, checklists guiados e integração ao prontuário. Na prática, você ganha controle de variáveis críticas:

  • Centrífuga com telemetria: leitura confiável de velocidade, aceleração/desaceleração e força relativa centrífuga (RCF). Alarmes para tampas mal encaixadas e vibração excessiva evitam erros mecânicos que deformam o coágulo.
  • Identificação por código de barras ou RFID: tubos e seringa vinculados ao paciente, com lote, validade e operador. A rastreabilidade protege a clínica e facilita auditorias internas.
  • Janela de tempo controlada: contagem regressiva do intervalo punção–centrífuga. O sistema registra atrasos e sugere descarte seguro quando a janela é excedida, preservando a qualidade da fibrina.
  • Controle térmico: registro da temperatura ambiente e da câmara. Variações térmicas interferem na polimerização e na consistência da membrana; monitorar evita surpresas no campo cirúrgico.
  • Checklists on-screen: passos objetivos (EPI, antissepsia, escolha de tubo, balanceamento) com marcação em tempo real. Menos esquecimento, mais reprodutibilidade entre profissionais.
  • Documentação fotográfica padronizada: macrofotos do coágulo e da membrana com escala visual e plano de fundo uniforme. As imagens vinculadas ao procedimento enriquecem o prontuário e a comunicação com o paciente.
  • Integração ao prontuário: o protocolo executado (parâmetros, tempos, operador) vira um registro estruturado. Relatórios permitem comparar casos, ajustar POPs e treinar a equipe.

Da bancada à cadeira: protocolos que fazem diferença

Mais do que “girar tubos”, o PRF exige decisões finas. A tecnologia ajuda, mas o senso clínico e o respeito às evidências permanecem no centro:

  • Escolha do tubo: vidro sem anticoagulante é o padrão mais usado para PRF. Registre o tipo de tubo, lote e validade. Plásticos e aditivos podem alterar a polimerização; documente para correlacionar com o desempenho clínico.
  • RCF, não apenas RPM: a força centrífuga depende do raio do rotor. Sistemas inteligentes convertem RPM em RCF automaticamente, evitando protocolos que parecem iguais, mas não são.
  • Rampa e tempo: aceleração/desaceleração graduais preservam a integridade do coágulo. O registro automático do perfil de rotação reduz variação entre operadores.
  • Manuseio asséptico e rápido: controle do tempo até a prensa e montagem da membrana. Checklists e cronômetros embutidos minimizam perdas e mantêm a malha de fibrina estável.
  • Planejamento cirúrgico integrado: defina previamente o formato de uso (membrana, plug, “sticky bone”) e prepare a mesa com campos e instrumentais compatíveis. O sistema sinaliza o momento ideal para aplicação.

Aplicações clínicas consolidadas incluem preservação alveolar, enxertos peri-implantares, cobertura radicular, regeneração periodontal e modulação de tecidos moles ao redor de implantes. O denominador comum é a busca por cicatrização mais confortável, com menos edema e um leito cirúrgico mais estável. PRF não é panaceia — ele potencializa protocolos bem indicados e executados.

Indicadores clínicos para acompanhar

Se você quer previsibilidade, meça. Alguns indicadores simples, porém poderosos:

  • Integridade do coágulo e da membrana: diâmetro, elasticidade e presença de roturas. Fotos com escala permitem comparar sessões.
  • Conforto do paciente: EVA de dor nas primeiras 72 horas, consumo de analgésicos e ocorrência de edema ou equimose.
  • Tempo de epitelização: registro fotográfico em 7, 14 e 21 dias, quando aplicável. Facilita a comunicação de resultado e a tomada de decisão em recalls.
  • Desfechos do enxerto: volume mantido, exposição de membrana e qualidade do tecido mole peri-implantar.
  • Incidentes e desvios de processo: janela de tempo excedida, tubo inadequado, rotor desbalanceado. Corrija o POP com base nesses achados.

Segurança e responsabilidade

PRF envolve sangue e exige rigor. Garanta EPI completo, antissepsia, descarte em resíduos biológicos e manutenção documentada dos equipamentos. No prontuário, registre consentimento, indicação, riscos e alternativas. Se houver integração com sistemas, cumpra boas práticas de proteção de dados — minimize acessos, audite logs e mantenha backups. Segurança clínica e de informação caminham juntas.

Custo que se paga com previsibilidade

Investimentos típicos incluem centrífuga com telemetria, seladora/prensa, kits estéreis, câmera macro ou smartphone com gabarito e um software que integre o fluxo. O retorno vem de menos intercorrências, menor necessidade de reintervenções e uma experiência de recuperação melhor percebida pelo paciente — que, por sua vez, fideliza e indica. Quando o processo é estável, sua equipe trabalha com mais confiança e velocidade.

Implantação em 5 passos

  1. Mapeie a demanda: quais especialidades usarão PRF? Que volume mensal é esperado?
  2. Escolha equipamentos: foque em RCF ajustável, sensores de segurança e facilidade de limpeza.
  3. Desenhe o POP: do preparo do paciente ao descarte, com tempos-alvo e responsabilidades claras.
  4. Treine e simule: rode casos-piloto, revise desvios e ajuste o POP antes de escalar.
  5. Meça e melhore: acompanhe indicadores, compare operadores e refine parâmetros.

O PRF digitaliza um procedimento biológico, trazendo previsibilidade ao que antes era “de mão”. Quando cada variável é conhecida e registrada, decisões ficam mais fáceis, a comunicação com o paciente melhora e os desfechos acompanham.

Sua clínica, mais inteligente com Siodonto

Para que toda essa padronização renda frutos, o prontuário precisa acompanhar o seu nível de exigência. No Siodonto, você organiza protocolos, fotos e indicadores de PRF sem fricção, mantendo rastreabilidade e histórico por paciente e por operador. Além disso, o Siodonto inclui um chatbot que faz o primeiro contato com rapidez e um funil de vendas que acompanha cada oportunidade — do interesse ao agendamento — ajudando a converter o caso certo, no momento certo. É a tecnologia certa ao lado do clínico: dados bem guardados, atendimento fluindo e a agenda funcionando a seu favor.

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