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Preparo guiado por mapas: menos desgaste, mais previsibilidade

Preparo guiado por mapas: menos desgaste, mais previsibilidade
Editora Sia

Preparar menos e acertar mais. Essa é a promessa dos mapas digitais de espessura, um recurso que transforma o preparo de laminados, onlays e coroas em um processo mais conservador e previsível. Em vez de confiar apenas na experiência tátil, o dentista passa a contar com uma visualização objetiva da quantidade de redução necessária em cada área do dente. Resultado: preservação de esmalte, adesão mais estável e menos ajustes na fase de prova.

O que são mapas digitais de espessura

Os mapas digitais comparam dois modelos 3D: o escaneamento do dente antes do preparo e o modelo planejado (o “wax-up” digital). A partir dessa sobreposição, o software calcula a diferença de volume e colore a superfície com uma escala simples (por exemplo, verde para a redução ideal, azul para insuficiente e vermelho para excesso). Em linguagem prática: o mapa mostra onde remover e quanto remover, guiando cada passada da broca.

Esse recurso é aplicável a diferentes cenários:

  • Laminados cerâmicos ultrafinos: evitar exposição desnecessária de dentina e manter o preparo em esmalte.
  • Onlays e overlays: assegurar espessura mínima do material em áreas funcionais sem sacrificar estrutura sadia.
  • Coroas: equilibrar retenção, caminho de inserção e espessura do material, sobretudo em reabilitações extensas.
  • Ajustes oclusais e casos de desgaste: medir e documentar intervenções com precisão.

Por que isso muda a prática clínica

  • Conservação tecidual: o mapa ajuda a manter o preparo dentro de limites seguros, ampliando a chance de adesão em esmalte e reduzindo sensibilidade pós-operatória.
  • Previsibilidade: a espessura planejada da cerâmica é efetivamente alcançada, diminuindo ajustes e retrabalhos no laboratório.
  • Comunicação clara: o paciente entende o plano ao ver o “antes e depois” virtual, o que favorece decisão informada e adesão ao tratamento.
  • Tempo de cadeira otimizado: menos tentativas, mais assertividade. A verificação intraoperatória com reescaneamento confirma o avanço do preparo.

Passo a passo para implementar

  1. Escaneamento inicial de qualidade: realize o scan com boa captura de margens e contatos, incluindo arco antagonista e registro de mordida. Fotografia clínica complementa cor, textura e referências.
  2. Planejamento digital: com base nos objetivos estéticos e funcionais, construa o wax-up digital. Defina espessuras mínimas compatíveis com o material escolhido (por exemplo, laminados com 0,3–0,5 mm em áreas não funcionais, conforme diretrizes do fabricante).
  3. Geração do mapa: alinhe os modelos (pré-operatório e wax-up) e produza o mapa colorimétrico. Valide zonas críticas: margens cervicais, cúspides funcionais e áreas de contato.
  4. Transferência para a boca: use um ou mais apoios práticos:
    • Mock-up impresso/guia de redução para orientar cortes iniciais;
    • Brocas com limitadores de profundidade ou referências marcadas no dente;
    • Exibição do mapa na tela da sala, mantendo o campo visual do operador.
  5. Verificação intraoperatória: faça reescaneamentos rápidos durante o preparo para comparar o dente em tempo real com o mapa. Se necessário, ajuste ou pare no ponto certo.
  6. Prova e documentação: registre o estado final, valide a espessura planejada e compartilhe com o laboratório e o paciente.

Armadilhas e como evitá-las

  • Mordida mal registrada: um registro oclusal impreciso distorce a sobreposição. Repita a captura se houver dúvida e cheque interferências.
  • Alinhamento incorreto dos modelos: pequenas falhas de matching geram mapas enganosos. Utilize pontos de referência estáveis e revise a malha.
  • Margens subgengivais: scanners têm limites em sulcos profundos. Controle gengival e isolamento melhoram a leitura; avalie alternativas quando necessário.
  • Materiais sem espessura mínima respeitada: não basta reduzir menos; é preciso garantir a resistência da restauração. Siga parâmetros do material e da técnica.
  • Excesso de confiança: o mapa orienta, mas não substitui o julgamento clínico. Integre informações de oclusão, parafunção e substrato dentário.

Aplicações práticas e ganhos mensuráveis

Na rotina, os mapas digitais ajudam especialmente em facetas e onlays. Em laminados, a combinação de mock-up e mapa favorece preparos confinados em esmalte, aumentando a previsibilidade da adesão. Em onlays, o controle de espessura nas áreas funcionais reduz fraturas e ajustes oclusais persistentes. Em reabilitações maiores, o recurso padroniza o trabalho entre operadores e laboratório, o que se traduz em menos idas e vindas de provisórios e definitivos.

Para acompanhar o impacto, monitore indicadores simples:

  • Retrabalho de laboratório (número de devoluções por ajuste de espessura ou oclusão);
  • Taxa de ajustes em prova (tempo médio gasto para assentamento final);
  • Exposição de dentina em preparos para laminados (percentual por caso);
  • Relatos de sensibilidade na primeira semana pós-preparo.

Integração com o laboratório e com o time

Compartilhe o planejamento e os mapas com o laboratório desde o início. Alinhe critérios de espessura mínima, transição de margens e textura superficial. Na equipe, treine a captura padronizada (scanner e mordida), a leitura do mapa e o protocolo de reescaneamento intraoperatório. Esse alinhamento reduz variações entre operadores e acelera a curva de aprendizado.

Segurança de dados e continuidade

Armazene modelos e mapas com versionamento e backups. O histórico digital facilita auditorias clínicas, comparações entre consultas e comunicação com pacientes. Atenção a regras de privacidade e consentimento para uso de imagens e modelos 3D.

Conclusão: precisão conservadora na prática

Os mapas digitais de espessura trazem objetividade a um momento crítico do tratamento: o preparo. Ao orientar onde e quanto reduzir, eles unem filosofia conservadora, eficiência e melhor experiência para o paciente. Com escaneamentos consistentes, planejamento claro e verificação em tempo real, a clínica ganha previsibilidade sem abrir mão da sensibilidade clínica que só o dentista tem.

Dica final: organização é tão importante quanto a tecnologia. Um software de gestão que integre imagens, modelos e comunicação com o paciente fecha o ciclo e evita gargalos.

Por que o Siodonto faz diferença: quando a clínica usa um sistema que centraliza os dados clínicos e o relacionamento, tudo flui. O Siodonto ajuda a manter o planejamento acessível, agiliza o retorno do paciente e ainda oferece um chatbot para responder dúvidas 24/7 e um funil de vendas que acompanha cada etapa da jornada, do primeiro contato à prova da peça. É como ter um assistente digital que não perde prazos, nutre o interesse do paciente e libera a equipe para se concentrar no que importa: precisão clínica e resultados duradouros.

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