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Faturamento na cadeira: codificação automática que reduz glosas

Faturamento na cadeira: codificação automática que reduz glosas
Editora Sia

Na rotina odontológica, o intervalo entre o atendimento e o recebimento costuma ser o ponto cego que corrói margens. Uma parte relevante das perdas acontece na codificação e no envio de contas: códigos equivocados, ausência de anexos exigidos, erros de elegibilidade e descrições clínicas incompletas. A boa notícia é que a tecnologia já permite levar o faturamento para a própria cadeira, automatizando etapas críticas e reduzindo glosas de forma consistente.

O que é faturamento na cadeira

Trata-se de registrar, codificar e validar o procedimento clinicamente realizado ainda durante o atendimento, com suporte de ferramentas digitais que:

  • Capturam dados do prontuário (texto, imagens, radiografias) e os traduzem em códigos padronizados;
  • Aplicam regras do convênio/operadora (TUSS) e do seu modelo de cobrança particular;
  • Exigem anexos obrigatórios quando necessários (fotos, radiografias, laudos) antes de permitir o envio;
  • Rodam checagens automáticas de elegibilidade e autorizações;
  • Geram um rascunho de guia e um orçamento coerente com as regras definidas, prontos para conferência e assinatura.

Ao eliminar o “vou lançar depois”, você troca memória por evidência, padroniza descrições, reduz retrabalho administrativo e evita glosas por inconsistência.

Como a codificação automática funciona na prática

  • Mapeamento clínico–código: o sistema reconhece termos do seu prontuário (ex.: “Restauração resina classe II em 26”) e sugere códigos correspondentes, com modais para dente/superfície, lado e material.
  • Regras e pacotes: procedimentos frequentemente associados podem ser agrupados (bundles) com regras de cobertura e limites de frequência, evitando lançamentos incompatíveis.
  • Validação de anexos: se a operadora exige radiografia periapical para endodontia, o sistema só permite transmitir após vincular a imagem ao dente correto.
  • Checagem de elegibilidade/autorizações: consulta de cobertura e coparticipação em tempo real, com alertas para alternativas quando houver restrição.
  • Registro probatório: carimbo de data/hora, assinatura digital do profissional e trilha de auditoria, fortalecendo a defesa em eventuais questionamentos.

Passo a passo para implantar sem dor

  1. Padronize o prontuário clínico: use campos estruturados (dente, superfície, material, diagnóstico, justificativa) e modelos de texto. Quanto mais estruturado, maior a precisão da sugestão de códigos.
  2. Crie um mapa local de códigos: liste os 50 procedimentos mais realizados, seus códigos TUSS/particular, anexos exigidos e regras por operadora. Atualize mensalmente.
  3. Defina regras de validação: determine o mínimo necessário para permitir envio (fotos, RX, consentimento, pareamento com dente). Automatize bloqueios inteligentes.
  4. Treine a equipe na cadeira: dentista e auxiliar devem revisar o rascunho de cobrança antes de retirar o paciente. Cinco minutos ao final poupam horas depois.
  5. Implemente conferência em dois cliques: alguém do financeiro revisa alertas de exceção no mesmo dia e envia o lote. A regra é: o que é simples sai automaticamente; o que é exceção ganha atenção.
  6. Monitore glosas e retrabalhos: crie um painel por motivo de glosa (código, anexo, elegibilidade, prazo) e por operadora. A meta é reduzir a 0,5–1% ao mês.
  7. Integre pagamento e assinatura digital: encerre o ato com assinatura eletrônica do plano de tratamento/orçamento e link de pagamento quando for particular ou coparticipação.

Erros comuns e como evitá-los

  • Prontuário livre demais: textos sem estrutura confundem o algoritmo e a auditoria. Use campos e checklists.
  • Anexos sem vínculo: imagens soltas na pasta não servem. Vincule ao dente/face e ao procedimento.
  • Regra desatualizada: operadoras mudam exigências. Nomeie um responsável por atualizar mensalmente as tabelas e avisar a equipe.
  • Envio tardio: prazos contam. Automatize lembretes e feche o lote diariamente.
  • Exceções sem trilha: se divergir da regra, documente a justificativa clínica no ato. Isso reduz glosa técnica.

Indicadores que importam

  • Índice de glosa por motivo: aponta o que corrigir (documento, código, prazo, cobertura). Priorize os três maiores vilões.
  • Tempo médio do atendimento ao envio: a meta é D0 (mesmo dia). A cada dia perdido, sobe o risco de erro e de glosa.
  • % de contas com anexos completos: acompanhe por procedimento. Endodontia e cirurgia tendem a exigir mais comprovação.
  • Retrabalho por conta: quantas idas e vindas até aprovar? O ideal é 1,0–1,2.
  • Ticket realizado vs. autorizado: mede o desvio entre o que foi feito e o que é reembolsado, guiando ajustes de mix e negociação.

Benefícios clínicos além do caixa

Padronizar a codificação não é apenas financeiro. A descrição clínica melhora, as imagens ficam organizadas por dente e face, e o raciocínio diagnósticoterapêutico fica mais claro. Essa organização acelera segundas opiniões, auditorias internas e pesquisas clínicas, além de facilitar a educação do paciente com registros consistentes.

Privacidade, segurança e responsabilidade

Automação não elimina o juízo clínico. O profissional segue responsável pela decisão e pela veracidade do registro. Garanta criptografia, controle de acesso por perfil, consentimento informado adequado e trilha de auditoria. Se usar inteligência artificial para sugerir códigos, valide o modelo com amostras da sua rotina e monitore a acurácia periodicamente.

Por onde começar amanhã

  • Escolha dois procedimentos de alto volume e implemente validações e anexos obrigatórios.
  • Ative o rascunho de cobrança automática no prontuário e revise no final de cada atendimento durante uma semana.
  • Abra um painel simples com três métricas: glosa por motivo, tempo ao envio e anexos completos.

Em poucas semanas, o resultado aparece: menos telefonemas da auditoria, menos devoluções e mais previsibilidade de caixa.

Dica final: tecnologia funciona quando se integra ao fluxo do time. Quanto mais perto da cadeira, melhores os resultados.

Por que vale levar isso com o Siodonto

Um software odontológico completo dá a base para esse salto. O Siodonto centraliza prontuário, imagens e fluxo financeiro, permitindo registrar o que aconteceu na cadeira e transformar em cobrança sem fricção. Além disso, conta com chatbot e funil de vendas para captar, qualificar e acompanhar pacientes, diminuindo lacunas entre orçamento e fechamento. Em outras palavras: você documenta melhor, valida antes de enviar e ainda mantém a conversa ativa com quem precisa decidir, tudo no mesmo ecossistema. É assim que tecnologia vira menos glosa, mais conversão e um cuidado clínico mais redondo.

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