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Elastografia por ultrassom na odontologia: músculos que falam pela clínica

Elastografia por ultrassom na odontologia: músculos que falam pela clínica
Editora Sia

A dor muscular mastigatória, o bruxismo e os distúrbios temporomandibulares (DTM) estão entre as queixas mais comuns no consultório. Entre relatos subjetivos e achados clínicos variáveis, o desafio é transformar sensação em dado objetivo. A elastografia por ultrassom surge como um recurso prático para quantificar a rigidez de músculos como masseter e temporal, oferecendo números e imagens que orientam diagnóstico e conduta.

O que é elastografia e por que interessa ao dentista

A elastografia é uma técnica acoplada ao ultrassom que estima a rigidez dos tecidos. Em termos simples, o equipamento aplica uma perturbação mecânica e mede como a onda se propaga; tecidos mais rígidos transmitem a onda de maneira diferente dos mais macios. O resultado aparece em mapas coloridos (elastogramas) e em valores numéricos (por exemplo, kPa ou m/s), permitindo comparar lados, acompanhar evolução e documentar resposta terapêutica.

Na odontologia, o foco recai sobre músculos mastigatórios (masseter, temporal) e estruturas associadas. Quando bem indicado, o exame ajuda a diferenciar dor miofascial de sobrecarga, a monitorar efeitos de terapias (placas, fisioterapia, toxina botulínica) e a planejar reabilitações com maior segurança funcional.

Quando usar na rotina clínica

  • DTM com suspeita de componente muscular: estabelecer uma linha de base da rigidez e seguir ao longo do tratamento.
  • Bruxismo do sono e vigília: detectar assimetrias e sobrecarga muscular associada a hábitos parafuncionais.
  • Dor orofacial de origem incerta: adicionar um parâmetro objetivo quando o exame clínico é inconclusivo.
  • Reabilitações extensas: avaliar musculatura antes de mudanças oclusais relevantes.
  • Acompanhamento de toxina botulínica: documentar redução de rigidez pós-aplicação e orientar reaplicações com critérios.

Como funciona na prática: do equipamento ao protocolo

O exame utiliza um aparelho de ultrassom com módulo de elastografia (idealmente shear-wave) e transdutor linear de alta frequência. Em sala silenciosa, com o paciente relaxado e em posição confortável, aplica-se gel e posiciona-se o transdutor sobre a região de interesse.

  • Masseter: varreduras em repouso e, se indicado, durante leve apertamento guiado. Registrar ambos os lados.
  • Temporal: avaliação em repouso, documentando áreas anterior, média e posterior conforme necessidade.
  • Parâmetros: manter profundidade, ganho e ROI (região de interesse) padronizados para comparações confiáveis.
  • Registros: salvar elastogramas e valores numéricos para compor o prontuário e relatórios.

O exame é rápido (5–10 minutos para músculos principais) e bem tolerado. O aprendizado envolve posicionamento estável do transdutor, pressão mínima e repetibilidade de medidas. Com prática e protocolo, a variabilidade cai e a informação ganha valor clínico.

Interpretando resultados sem mistério

  • Rigidez aumentada em repouso pode indicar hiperatividade crônica, pontos gatilho ou sobrecarga funcional.
  • Assimetria entre lados sugere compensações, mastigação preferencial ou hábito parafuncional unilateral.
  • Queda de rigidez após intervenção (placa, fisioterapia, toxina botulínica) corrobora resposta terapêutica e ajuda a ajustar condutas.
  • Ausência de alteração orienta a investigar outras fontes de dor (articular, neural, dentária) e evita tratamentos desnecessários.

Importante: interpretar sempre no contexto clínico. O número não substitui a anamnese, o exame físico e outros achados, mas os complementa com objetividade.

Vantagens que viram decisão

  • Sem radiação: método seguro para avaliações seriadas.
  • Objetividade: transforma percepção em dado comparável.
  • Tempo curto: encaixa na rotina sem congestionar a agenda.
  • Engajamento do paciente: o mapa colorido e os valores facilitam a explicação e aumentam adesão.
  • Documentação: cria trilhas de evidência úteis em reavaliações e auditorias clínicas.

Limitações e como contorná-las

  • Dependência do operador: treinar o posicionamento e padronizar protocolos minimiza variabilidade.
  • Curva de aprendizado: começar com casos simples e construir uma base de comparação própria.
  • Fatores interferentes: edema, tecido subcutâneo espesso e contrações involuntárias podem distorcer medidas; controlar ambiente e instruções.
  • Custo: optar por equipamento com foco clínico e suporte técnico confiável assegura uso contínuo.

Implantação passo a passo

  1. Defina indicações: selecione cenários onde o dado muda conduta (DTM muscular, bruxismo, reabilitação).
  2. Escolha o equipamento: priorize ultrassom com elastografia shear-wave, transdutor linear e interface intuitiva.
  3. Treine a equipe: capacitação prática em posicionamento e repetibilidade é essencial.
  4. Padronize o protocolo: lados, músculos, repouso vs. contração, número de medidas e formato do laudo.
  5. Registre e compare: acompanhe valores ao longo do tempo para consolidar referências internas.
  6. Comunique com clareza: explique o que o exame mostra e como impacta o plano de tratamento.

Métricas que importam para a clínica

  • Tempo de exame: 5–10 minutos por sessão, com aprendizado.
  • Taxa de reavaliação com dado: proporção de retornos com comparação objetiva, aumentando a previsibilidade.
  • Aderência ao tratamento: melhora na continuidade quando o paciente enxerga evolução em números.
  • Redução de tentativas: menos ajustes empíricos em placas e terapias quando a rigidez guia decisões.

Ética e registro

Como todo exame complementar, a elastografia deve ser indicada com critério e registrada no prontuário de forma clara, com imagens e valores. Transparência na explicação e consentimento informado fortalecem a confiança e a segurança do cuidado.

O que a elastografia muda amanhã

Ao incorporar a elastografia por ultrassom à rotina, a clínica ganha uma lente objetiva sobre a função muscular. Isso significa diagnósticos mais consistentes, acompanhamento real do que importa e decisões que se sustentam diante do paciente e da equipe. Em vez de supor, você mede. Em vez de discutir sensações, você mostra evolução. Essa é a base de uma prática moderna: dados úteis, no momento certo, para cuidar melhor.

Para fechar: comece mapeando os casos em que a informação de rigidez realmente muda sua conduta, treine um protocolo simples e crie uma biblioteca de exemplos. Em poucas semanas, a elastografia deixa de ser novidade e vira parte do seu raciocínio clínico.

No centro dessa evolução, contar com um software odontológico que organiza a rotina e aproxima a clínica das pessoas faz diferença. O Siodonto ajuda você a transformar atendimento em relacionamento: do primeiro contato ao retorno, com chatbot nativo que acolhe dúvidas em tempo real e um funil de vendas que acompanha cada etapa da jornada do paciente. Resultado? Menos atrito no agendamento, mais previsibilidade no fluxo e conversões que acontecem com naturalidade. Se a sua clínica está pronta para medir melhor e decidir com segurança, o Siodonto é o parceiro que faz a tecnologia trabalhar a seu favor.

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