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Ajuste oclusal de precisão: sensores e JMA na rotina clínica

Ajuste oclusal de precisão: sensores e JMA na rotina clínica
Editora Sia

A tecnologia clínica na odontologia deixou de ser sinônimo apenas de imagem. Hoje, medir forças e movimentos da mandíbula em tempo real se tornou acessível, objetivo e transformador. Em vez de depender exclusivamente do papel carbono e da percepção subjetiva, o consultório pode incorporar sensores de mordida e análise de movimento mandibular (JMA) para ajustar contatos com precisão, reduzir queixas de dor e ganhar previsibilidade na finalização de casos.

Por que ir além do papel carbono

Marcas coloridas mostram onde o dente tocou, mas não quanto, nem por quanto tempo. Oclusão é dinâmica: há aceleração, desaceleração, sequências de contato e sobrecarga em áreas específicas durante mastigação, deglutição e parafunção. Quando esses elementos não são medidos, pequenas interferências passam despercebidas e viram retrabalho, fraturas em restaurações ou desconforto muscular.

Ao quantificar a oclusão, você transforma opinião em dado. Isso permite decisões mais seguras, comunicação clara com o paciente e documentação defensável do raciocínio clínico.

Ferramentas que cabem na rotina

  • Sensores de mordida de alta sensibilidade: lâminas finas com células sensíveis à pressão capturam tempo, sequência e intensidade relativa dos contatos. Relatórios exibem gráficos de distribuição de carga e cronologia do fechamento mandibular.
  • EMG de superfície: eletrodos adesivos nos músculos masseter e temporal registram padrão de ativação. Útil para correlacionar ajuste oclusal com fadiga muscular e para monitorar bruxismo.
  • JMA (Jaw Motion Analysis): sistemas de rastreamento mandibular registram trajetória, velocidade e amplitude dos movimentos de abertura, lateralidade e protrusão. Evidenciam desvios, travamentos e assimetrias funcionais que impactam contatos e conforto.
  • Goteiras monitoradas: alguns dispositivos incorporam sensores para acompanhar uso e carga noturna, oferecendo feedback objetivo na terapia de bruxismo.

Aplicações práticas com impacto imediato

  • Finalização ortodôntica: depois do alinhamento, o desafio é o encaixe funcional. Sensores de mordida mostram contatos prematuros, sequência de oclusão e equilíbrio entre lados. Com JMA, você avalia se movimentos estão simétricos e sem travas.
  • Reabilitação e estética: em coroas, onlays e facetas, a distribuição de carga protege cerâmicas e reduz ajustes repetidos. O relatório antes/depois facilita explicar por que um pequeno desgaste mudou o conforto.
  • DTM e dor orofacial: EMG e JMA ajudam a diferenciar dor muscular de padrão articular, definindo plano terapêutico mais assertivo. Ao medir a resposta após microajustes, você evita intervenções desnecessárias.
  • Bruxismo: dados objetivos de carga e atividade muscular orientam o desenho de goteiras e mostram adesão ao paciente, aumentando engajamento no tratamento.

Um fluxo simples para começar

  1. Baseline: registre queixas, escala de dor, hábitos e fotos intraorais. Faça uma primeira leitura com sensor de mordida e, quando indicado, EMG e JMA.
  2. Mapeie as prioridades: identifique contatos prematuros, desequilíbrios entre lados e atrasos na sequência de fechamento. Observe se há hiperatividade muscular associada a esses pontos.
  3. Intervenha com parcimônia: execute microajustes seletivos, reavalie em tempo real e documente cada passo. Menos é mais quando o dado guia a mão.
  4. Teste função: avalie protrusão e lateralidades. Corrija interferências de trabalho e de balanceio que roubam conforto e estabilidade.
  5. Conclua com evidências: gere relatório comparativo antes/depois, anexando gráficos e fotos. Entregue uma explicação visual ao paciente e defina retorno.

O que medir para saber se deu certo

  • Distribuição de carga: equilíbrio mais homogêneo entre hemiarcos e diminuição de picos isolados.
  • Tempo total de oclusão: fechamento mais fluido e redução de atrasos em um lado.
  • Atividade muscular: queda de hiperatividade em repouso e durante apertamento leve.
  • Desvio mandibular: trajetórias mais suaves e simétricas nas lateralidades.
  • Indicadores clínicos: menos fraturas, menor sensibilidade pós-ajuste e redução do número de retornos para “retoques”.

Custos, barreiras e como superá-las

O investimento inicial assusta quando visto isoladamente. Traga a conta para a realidade: quantas consultas de retrabalho você tem por mês? Quanto tempo de cadeira é consumido por ajustes repetidos? Quando os sensores evitam duas ou três visitas extras, o retorno começa a aparecer. Quanto à curva de aprendizagem, treinos rápidos com casos internos resolvem. Padronize o protocolo, nomeie um responsável e comece pelos casos mais claros (finalizações e goteiras), evoluindo para DTM conforme a equipe ganha segurança.

Sobre biossegurança e dados, siga instruções dos fabricantes para barreiras de proteção e descarte. Armazene informações clínicas de modo organizado e com consentimento do paciente, mantendo relatórios acessíveis para comparações futuras.

Comunicação que educa e fideliza

Relatórios gráficos ajudam o paciente a entender a necessidade de microajustes e o valor do acompanhamento. Ao mostrar a evolução com imagens e curvas, a percepção de qualidade aumenta e a adesão melhora. Em pacientes com dor, esse recurso também reduz ansiedade: eles enxergam que há um plano mensurável e metas claras.

Da medição à gestão: feche o ciclo com Siodonto

Medir é poderoso, mas gerir é o que sustenta resultados. Ao integrar registros de sensores, imagens e relatos do paciente em um software odontológico robusto, você cria histórico clínico valioso, fácil de consultar e de compartilhar com a equipe. O Siodonto foi pensado para isso: centralizar seus dados, dar fluidez ao atendimento e transformar informação em decisão. Além de prontuário completo e ágil, o sistema oferece um chatbot que acolhe o paciente, tira dúvidas iniciais e agenda, e um funil de vendas que organiza indicações, oportunidades e retornos — tudo para simplificar a jornada, reduzir falhas no contato e impulsionar conversões de forma ética.

Na prática, você ganha rastreabilidade clínica, previsibilidade de agenda e um relacionamento mais próximo com quem importa: o paciente. Se a sua meta é precisão no ajuste e consistência na experiência, o Siodonto é o elo que faltava entre a tecnologia da cadeira e a inteligência de gestão do seu consultório.

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